-E aí, vamos?
-Ah, acho que não. Tem a mala, tem outras coisas...
-Pega nada, pelo contrário, até gosto.
-Nossa! - um espanto gostoso.
Deixamos a mala. Pesada, faz calor.
-Posso lavar o rosto?
Volta-se a caminhada. Um tanto longa, porém o papo é sempre bom. Velhos amigos e seus planetas e órgãos.
23h20
-Sabe como fazer para o ônibus chegar logo? Acende um cigarro.
-Vamos rachar, assim não se desperdiça.
Logo vem, o mais caro, metropolitano. Maldito Governador!
-Um cara estranho, que não gosta de gente...
Descemos na rodovia, passarela, um casal amigo, "oi".
-Ele é muito gente fina!
Outro ônibus, tão caro quanto o primeiro. Já são 0h00.
-Sempre vejo um conhecido... E aí, Tchê, beleza mano? Hehehehehe...
Um telefonema, uma constatação: vai ser tenso.
A luz dos postes voltou.
-Que bom, finalmente.
Sem fazer barulho. Cautela. Há um sentinela, luz acesa, cuidado com a sombra. Um cigarro, álibi perfeito.
-Vou abrir a porta, você entra, eu fico de olho.
Luz apagada, logo acesa, velho hábito.
-Boa noite.
Noite boa.
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