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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Enquanto ele dorme..


Essa é a ultima carta que te envio. É uma carta de desamor, que encerra as de amor.
O cansaço esta na minha medula, em meus nervos, na flor da pele... Ontem pela manhã foi tudo um mal entendido. E agora escrevo pra dizer que o entendimento nem pode ser mal, ele não existe mais.
Ontem faltou luz. Um breu imenso se instalou, não tinha velas em casa, e tive que me deitar... Pensei em tantas coisas: em mim, em você, mas não em nós. Vi então os vários indícios de que a palavra "nós" não nos pertencia mais. Aliás, pertence, de certa forma: nós poderíamos manter o amor, a felicidade... Isso se nós não tivéssemos feito tantas coisas, se não tivéssemos nos doado tanto. Mas houve uma quebra, uma ruptura, que até ontem eu não sabia onde estava. Descobri, entre todas as coisas que não concluí, que eu já não te amava mais havia um bom tempo...E nós ainda lutávamos quando o amor se transformou em "bom dia", estávamos tentando ir em frente, quando dizer "Eu te amo" se tornou desconfortável, se tornou poesia fácil; vá a merda!
Ontem a noite percebi que estávamos numa luta perdida, e você que se dizia forte foi um fraco, tínhamos em mãos um contrato quebrado, precisávamos só queimá-lo e fingir que o amor nunca existiu. Demos tudo de forma desregular, não soubemos distribuir o amor, o afeto, o carinho e nem a raiva.Bom, dei tantos rodeios nessa carta, quando o que quero dizer é só para que você não me procure mais. Escrevi essa carta na noite seguinte á que faltou luz, e tenho na minha cama, agora dormindo um novo amor. Não espero nenhuma resposta, não espero nenhuma gaveta, não quero que ela seja rodeada de cuecas, ou das cartas de amor que te escrevi. Pois as cartas de amor não merecem conviver com a carta que anuncia o fim do amor. Deixe que elas se enganem. Mando com a carta esse disco com faixa única. Quero destacar: "Porém não se surpreenda se uma outra mulher nascer de mim, como do deserto uma flor."

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