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domingo, 21 de novembro de 2010

Ah, Amaranta.

"Amaranta entrou na cozinha e pôs as mãos nas brasas do fogão, até doer tanto que não sentiu mais a dor, e sim o fedor de sua própria carne chamuscada. Foi uma dose cavalar para o remorso. Durante vários dias andou pela casa com a mão metida numa caneca cheia de ovo, e quando sararam as queimaduras era como se as claras de ovo tivessem cicatrizado também as úlceras do coração. A única marca externa que lhe deixou a tragédia foi a atadura de gaze negra qye pôs na mão queimada, e que haveria de usar até a morte.
          
                                                                 Gabriel García Márquez.

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